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Identidade Oculta

                  Júlia Gil, 20 anos,estudante. Dona de olhos curiosos e muita disposição, essa é a Júlia, moradora da capital paulista. E toda essa energia tem um motivo palpável: mostrar que mulheres unidas fazem arte como qualquer outro grupo.

                 A estudante se interessa pelo grafite desde os 15 anos e não enfrentou preconceito  por exatamente blindá-lo: "Só algumas pessoas sabem que sou grafiteira", confessa.

                 Os grupos de grafiteiros normalmente se comunicam para alertar possíveis locais perigosos e os que são propícios para praticar a arte. Quando Julia e o seu grupo de quatro amigas, Yas, Joo, Ju e Lele, decidiram sair pela cidade “espalhando cores” enfrentaram muitas barreiras. “  Não queriam passar informações para nós, mas só temos histórias boas. No fim eles (os outros grupos) nem ajudaram e nem atrapalharam. O máximo que aconteceu foi de fugirmos e darmos boas risadas”, relembra a estudante.

                 O sucesso do grupo é tão grande que além de São Paulo, já grafitaram na Argentina e Suécia. Quando questionada se viviam profissionalmente da arte, a líder preferiu não responder, e alegou que preferia manter essa informação em sigilo. “ É por isso que temos apenas as iniciais dos nossos nomes, apenas o meu nome é exposto”, fala a grafiteira.

                 Para Julia, o grafite muda a forma como as pessoas vêem a cidade . “ A arte das ruas traz um significado diferente a casa desenho. Se as pessoas prestarem atenção há denúncias sociais, relatos de amores e até mesmo piadas por meio dos desenhos”, narra a estudante.

                 O grupo de Julia foi influenciado pelas artes que viam na rua, e como discutiam sobre os problemas da cidade e como poderiam melhorar a paisagem de São Paulo, resolveram desenhar e pintar em paredes. Sempre fincando a ideologia do grupo que é mostrar que meninas também são excelentes grafiteiras. Dos riscos que as meninas correram ao tentar grafitar numa megalópole como São Paulo, Julia lembra de um caso em especial: “

                 Um dia fomos grafitar uma casa abandonada que vários outros grafiteiros já tinham ido, mas deu um pouco errado. Já tínhamos começado tudo, quando a polícia entrou e nos expulsou. Pelo menos eles não pegaram nossas latas. Felizmente, nunca tivemos histórias tristes”, desvenda Julia.

 

Confira abaixo uma galeria com grafites da entrevistada.

 

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