Banksy, Guerra de Spray
O livro Guerra e Spray define o que o autor, Banksy, passa com a sua arte nos muros: acidez. Um dizer sem precisar de palavras, e se precisar, ser indireto e deixar que a pessoa chegue até uma conclusão. São 238 com histórias, peripécias e muitas, muitas imagens. Com diversas reflexões sobre a nossa sociedade, não precisa estar por dentro da polÃtica para entender as tiradas.
A técnica que o grafiteiro usa é o estêncil, que é mais rápido e prático de usar. Além da rapidez, dizem que ele não era muito rápido com o spray e precisou pensar em algo para não ser descoberto. Com o rosto coberto por fiéis escudeiros, o artista foi muito além de pintar figuras irônicas, recheadas de humor, reflexões, crÃticas à sociedade, à guerra, e frases de efeito em paredes da cidade. Há quem diga que ele mudou o conceito de arte na rua.
Banksy não é conhecido, não se identifica em plena era Google. Mas se quisesse, poderia ser muito famoso. No próprio livro, vem escrito : "Contra seus princÃpios, Banksy exerceu o direito de ser identificado como autor desta obra, de acordo com a Lei de Copyright, Designs e Patentes de 1988." É com este aviso que o leitor é levado para um outro mundo, cheio de humor, sacadas polÃticas e textos, ora engraçados, ora engajados, e que mostram um pouco da forma como Banksy vê o nosso mundo.
Banksy – Guerra e Spray
Número de Paginas : 240
TÃtulo Original : Wall and Piece
Autor: Banksy
Editora: Intrinseca
I.S.B.N.: 978858057258
A divisão de capÃtulos é aleatória, mas reúne os trabalhos dele pelas ruas e muros de várias cidades e paÃses. Tem imagens até o Muro da Segregação, na Palestina, e também trabalhos expostos em galerias de arte (na maioria das vezes sem a permissão dos curadores), desenhos editoriais e intervenções públicas.
Entre histórias de intervenção artÃstica em zoológico, monumentos públicos e museus, a que mais me chamou a atenção foi quando ele pegou um brasão de cigarro, fez o stencil numa parede com os dizeres: essa parede foi designada para grafitar. Em dias, as paredes brancas da cidade estavam coloridas e rabiscadas.
Só para você entender a importância do Banlsy, uma casa pichada por ele vale muito mais do que antes. Acredite se quiser, mas uma casa caindo aos pedaços em Liverpool chegou a ser vendida por R$300 mil só porque em um dos lados externos da casa há uma gigante cabeça de rato feita pelo grafiteiro.
Está com dúvida de que Guerra e Spray merece um lugar na sua prateleira?
Quer saber outras curiosidades dele?
Sua obra Space Girl & Bird é vendida por £ 288 mil (cerca de R$ 776 mil).
Damien Hirst, Christina Aguilera, Brad Pitt e Angelina Jolie estão entre seus admiradores.
Ele fez uma polêmica abertura de Os Simpsons criticando o capitalismo usando o desenho norte americano para mostrar as condições análogas ao escravo em que asiáticos são submetidos.
Em 2005, ele pintou um mundo perfeito no lado palestino do muro que separa o território de Israel. Este muro é considerado ilegal pela ONU, e a porta-voz do artista disse que as forças de armadas israelenses chegaram a apontar armas para ele.
Disneylândia também é um paraÃso para Banksy. Em 2006, ele levou um boneco inflável com roupas dos detentos de Guantánamo e o colocou num carrinho da montanha russa. Os seguranças demoraram uma hora e meia para perceber e retirarem.
Museu é um lugar cheio de seguranças que não te deixam nem chegar perto das obras. Mas Banksy foi além. Acrescentou uma peça ao acervo do Museu Britânico em que um homem desenhado numa pedra com carrinho de compras foi inserido junto com homens das cavernas. Agora faz parte do acervo permanente do Museu, sendo que eles demoraram meses para perceberem a peça extra na parede.
Exit Through the Gift Shop ("SaÃda pela Loja de Presentes", em tradução livre) é um curta dirigido por Banksy, no qual ele fala sobre um francês que o persegue. Foi indicado ao Oscar de melhor documentário em 2011.
A nota de £10 na Inglaterra tem o rosto da rainha Elizabeth. Banksy mudou algumas delas para a princesa Diana e hoje essas notas podem ser encontradas valendo £ 200.
Em 2007, ele começa a vender suas obras em casas de leilão. O artista chegou a publicar uma imagem de pessoas dando lances em uma quadro que dizia "não acredito que vocês idiotas vão mesmo comprar esta merda".